A verdade é que a um tempo eu acabei descobrindo que no auge dos meus 20 e poucos anos, eu estava com um nódulo em meu ovário, a médica me disse que não era nada demais, não iria interferir em nada na minha vida. Conforme o tempo foi passando, comecei a sentir pontadas fortes aonde teria o nódulo, quando vi já estava formado um tumor. Pequeno, mas estava lá.
E olha só como faz diferença a comunicação entre paciente e médico. Minha médica em Florianópolis, quando viu falou em voz alta em um tom de desespero:
- Guria, vai ver isso logo, isso é um câncer! Vai ver com urgência!
E eu fui, em TRÊS médicos diferentes em Floripa, os três me disseram que não havia o que fazer, era muito pequeno para operar e etc. E quando a gente acha que mãe não tem um sexto sentido com filho, a minha me fez encaminhar todos os exames que fiz ao médico que me pariu, médico de confiança da minha mãe. Ele disse que eu tinha um tumor diferente, como aquele peixe que vira uma bolinha com espinhos saindo pra fora, e que SIM, eu teria que operar.
No fim acabei juntando a fome com a vontade de comer. Já queria voltar pra Sampa, só me faltava a oportunidade.
Minha cirurgia está marcada para o dia 10 de abril. Então conversaremos muito sobre como me senti quando soube de tudo e o que anda rolando na minha vida em Sampa City, a cidade que nunca dorme.
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